A conversa de Dilma com Henrique Alves pós votação

A presidente Dilma Rousseff evitou qualquer contato com líderes aliados durante a lenta e polêmica discussão da MP dos Portos na Câmara. Nem mesmo seu líder na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recebeu qualquer telefonema dela.

Ontem, só cerca de três horas depois da aprovação pelos deputados, Dilma telefonou para o presidente Henrique Alves (PMDB-RN) e agradeceu seu empenho. – Ela (Dilma) agradeceu muito, sobretudo a firmeza, determinação e caráter democrático como eu conduzi. A paciência que eu tive. Toda hora aquele clima radical. Eu disse: ‘não, aquilo é normal, presidente. A oposição me respeitou muito, porque eu respeitei muito a eles, então foi um clima de cordialidade, de luta normal no Parlamento e agora a senhora se preocupe com o Senado, porque na Câmara eu cumpri o dever’ – contou Henrique Alves, ressaltando que o PMDB fez o seu papel de principal aliado do governo.

Durante a madrugada, com o clima entre o PT e o PMDB a cada hora mais complicado, Henrique Alves reagiu, com irritação, quando os petistas o acusaram de fazer o jogo da oposição, já que não barrava a obstrução: – A oposição cumpriu seu papel. Cabe à base cumprir o seu. Falta à base colocar os seus quase 400 parlamentares. Eu não sou mágico para trocar voto por regimento. O que está faltando é deputado da base. Eu sou presidente dessa Casa. O que está faltando aqui é voto. Na votação do Senado, a oposição seguiu com a mesma estratégia e o mesmo discurso, mas o clima nem de longe lembrava as cenas mais quentes protagonizadas pelos deputados.

Fonte: O Globo

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