PF prende empresários e médicos que desviavam próteses pagas pelo SUS

A Polícia Federal realiza hoje  uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que
desviava verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Sete pessoas já foram detidas, cinco em Montes Claros, uma em Belo Horizonte e uma no Rio de
Janeiro. A ação denominada "Desiderato" acontece em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Estão sendo cumpridos sete mandados de condução coercitiva, oito de prisão temporária, além de 21 mandados de busca e apreensão e 36 de
sequestro de bens e valores.
De acordo com a PF, produtos pagos pelo SUS eram desviados por cardiologistas para fins particulares. Além disto, os médicos
beneficiavam empresas fornecedoras de materiais hospitalares e recebiam propina em troca.

Ainda de acordo com a PF, a organização era formada por médicos,servidores do hospital e representantes de empresas de produtos
médicos. Eles falsificam documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem necessidade dos pacientes. A investigação apontou
que as próteses que não eram utilizadas nas cirurgias 'simuladas' eram desviadas e utilizadas em procedimentos nas clínicas de propriedade
dos membros do grupo.Segundo a polícia, a empresa produtora da prótese pagava ao grupo um valor alto pela compra de equipamentos e os médicos recebiam propinas
que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por prótese. O grupo chegava a receber R$ 110 mil por mês. Os prejuízos aos cofres públicos podem
chegar a R$ 5 milhões apenas em Montes Claros. De acordo com a PF, o esquema era formado principalmente por empresários e médicos.


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