Representante do Uber propõe pagamento de taxa para subsidiar transporte público

A notícia, publicada no Globo, diz respeito ao Rio de Janeiro mas pode interessar a várias capitais do país.

O Representante do Uber no Brasil, Daniel Mangabeira, propôs nesta quarta-feira, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a criação de uma taxa que seria paga pelos motoristas do aplicativo e poderia ser revertida para um fundo de investimento na melhoria de transporte de ônibus, táxis e trens. Segundo Mangabeira, a medida será implementada na Cidade do México, onde o aplicativo já é regulamentado.

— O pagamento dessa taxa foi uma forma que o poder público encontrou para subsidiar o transporte público através do transporte privado. A legalidade existe, a regulação não. Queremos discutir a regulação do Uber — disse.

Mangabeira, que defendeu a regulamentação do aplicativo no Rio, discursou durante oito minutos diante de reiterados pedidos do deputado Dionísio Lins, que preside a sessão, para que terminasse sua fala. Lins é autor de um projeto de lei que proíbe o Uber no estado do Rio. Segundo o representante do aplicativo, o sistema é legal, já que a Política Nacional de Mobilidade Urbana, de 2012, prevê a existência de transporte individual privado no país.

Já o presidente da Associação de Assistência aos Motoristas de Táxi (Amotabi), André Vieira, discursou por 23 minutos sem ser incomodado pela presidência da mesa. Vieira atacou a aplicativo, e chegou a fazer denúncias de que os dados pessoais dos passageiros, que se cadastram no Uber, são constantemente violados e até vendidos na internet:

— O Uber vende essas informações por U$ 1 na internet. Os dados do cartão de crédito do passageiro não estão seguros — disse Vieira, muito aplaudido pela maioria dos presentes, motoristas de táxis e membros de cooperativas.

O presidente da associação ainda apresentou números de supostos crimes atribuídos a motoristas do Uber nos Estados Unidos.— Nos Estados Unidos já há pelo menos 32 casos de assédio sexual, 16 sequestros e duas mortes. Não sabemos quem está dirigindo esses carros — disse Vieira.

Também presente à audiência sobre o Uber, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, manifestou posicionamento contrário ao aplicativo. Osorio reiterou que não cabe ao estado legislar sobre transporte público, mas prometeu apoio aos municípios na fiscalização. — Não existe vazio legislativo. A lei é clara e diz que o transporte individual só pode ser feito por táxis. Não há espaço para outros — disse Osorio.

 

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