Médicos cooperados reclamam de atrasos e falta de diálogo com secretária estadual de saúde
A ausência de pagamento dos serviços de alta e média complexidade por parte do Governo do Estado, a carência nos insumos básicos nos hospitais e a falta de diálogo com a atual secretária estadual de Saúde, Eulália de Albuquerque Alves, foram os principais problemas relatados pelos dirigentes da Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN), nesta terça-feira (12) ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).
“O relato da crise na saúde impressiona. Somos sabedores da crise financeira do Estado. Os Poderes tem auxiliado na busca de soluções, somente a Assembleia já soma R$ 13 milhões de déficit nos seus repasses devido a frustração de receitas do Estado. Mas Saúde é prioridade e é preciso uma solução para equacionar os problema do setor. Para isto vamos agilizar uma audiência dos dirigentes da Coopmed com o governador do Estado para se encontrar respostas para as demandas e abrir o diálogo da categoria com a secretária estadual de Saúde”, salienta Ezequiel Ferreira.
Diretores da CoopMed relataram que o Governo do Estado não tem pago os serviços de alta e média complexidade dos pacientes do interior desde janeiro, acumulando o montante em R$ 8 milhões. Até maio foram 11.800 procedimentos que não foram repassados. “O Governo do Estado não paga desde janeiro honorário médicos e os serviços hospitalares à cooperativa. Agora em julho está difícil formalizar as escalas médicas em virtude do não recebimento dos serviços prestados desde janeiro”, explica Marcelo Cascudo, presidente da Coopmed-RN, apesar de manter os serviços de urgência e emergência de alta e médica complexidade na rede estadual como: Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Ortopédica e Oncológica.
O médico Madson Vidal relatou durante a reunião que as pessoas estão morrendo nos hospitais. “Morrendo pela falta do básico. As pessoas estão morrendo à mingua. É uma situação de barbárie mesmo”, asseverou.
Já o cardiologista Álvaro Barros pontuou que as carências e deficiências do Estado tem exposto os médicos à agressões dos pacientes diariamente. “Agora mesmo, no Incor, no momento desta reunião, tem famílias revoltadas. Cobram que seja feito um procedimento cirúrgico, mas que o Estado não tem pago. Como fazer a cirurgia sem que os custos sejam pagos?”, questionou.