A guerra de narrativas

O blog reproduz a matéria do jornalista Herverton Freitas- blog Na hora H por oferecer ao leitor as informações necessárias para ele tirar as próprias conclusões. A visita do presidente Lula ao RN foi marcada por uma guerra de versões entre “direita e esquerda”. Acompanhe a matéria:
Nestes tempos em que a verdade é relativa e os fatos são interpretados de acordo com as narrativas da polarização política, os jornais do Rio Grande do Norte deram uma grande contribuição para quem estuda o assunto.
Manchete da Tribuna do Norte: Lula fez 7% de Oiticica, menos que o governo Jair Bolsonaro
Manchete do Novo Notícias: Barragem de Oiticica: em 2 anos, Governo Lula investiu mais que o dobro do Governo Bolsonaro, em 4 anos.
Cada qual apresenta números divergentes sobre a quantidade de recursos liberados para a realização da obra.
Os números de cada um em milhões
Dilma | Temer | Bolsonaro | Lula | |
Tribuna do Norte | R$ 139,6 | 153,8 | 292,2 | Não cita nada |
Novo Notícias | R$ 165,8 | 25,8 + 100,3 de emendas = 126,1 | 87 + 206,5 de emendas = 293,5 | 207,3 |
O que está por trás dos números é a guerra de narrativas. O senador Rogério Marinho (PL), que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro foi quem divulgou nas suas redes sociais dados mostrando que a obra só andou na época dele pelo ministério. Segundo a postagem dele, no governo Bolsonaro a obra atingiu 93% de execução.
Já o atual ministro Waldez Goes chegou a cerimônia de inauguração da barragem desmentindo Rogério e disse que quando assumiu a pasta não havia recursos para essa obra no orçamento da União de 2023 que, no caso, foi enviado ao Congresso em 2022, pelo então presidente Bolsonaro.
Já o ministro Rui Costa passou logo o recibo. “Alguém que participava do governo passado andou dizendo que o presidente Lula só colocou 8% nessa obra. Para superar a mentira, só os fatos: essa obra começou em 2013 com a presidente Dilma. Quando tiraram ela essa obra estava em 69% da execução.O Lula e a Dilma colocaram 78% dos recursos dessa obra”.
Quem quiser que tire suas conclusões.

