Uma análise sobre as escolha dos vices e a campanha que começa pra valer em Natal

AS CARTAS ESTÃO NA MESA!
Coligações fechadas, vices definidos, candidaturas consolidadas, agora começa o jogo da sucessão municipal que este ano ganha contornos especiais por ser um ensaio para o que vem por ai em 2026 e as alianças formadas dizem muito sobre isso.


Dos quatro candidatos mais conhecidos que entraram na disputa, a disputa parece ficará mesmo entre Carlos Eduardo, Paulinho Freire e Natalia Bonavides. O ex-deputado Rafael Mota mais uma vez se lança como um outsider num partido nanico, sem coligações, sem tempo de televisão e até agora patinando nas pesquisas com menos de dois dígitos de intenção de votos.


Quem mais agregou com a escolha do vice foi o candidato Paulinho Freire ao emplacar a indicação do prefeito Álvaro Dias que lhe deu uma musculatura. O prefeito anunciou o apoio a ele no início de maio e no mesmo dia foi confirmado o nome de Joana Guerra como vice. Nesses 3 meses, ele tem feito diariamente reuniões nos bairros e os 21 vereadores que o apoiam partiram para a pré-campanha, que de pré só tem o nome.


A candidata do PT segue coerente com seu discurso falando para dentro da sua bolha com um discurso que lembra o PT dos anos 80, substituindo o Trabalhador vota em trabalhador dos primeiros pleitos disputados pela legenda pelo trabalho junto aos movimentos sociais, num discurso identitário em consonância com o movimento woke mundial.
A escolha do vereador Milkley Leite foi consequência da possibilidade de formar uma chapa sem precisar atrair novos partidos, já que o PV já faz parte da Federação com o PT, bem como o PC do B. Os outros principais partidos que farão parte da coligação dela também vieram de cima para baixo como o foi o caso do PSB e PDT fechados com o PT de Lula e Gleise Hoffman ou o MDB de Walter Alves que quer o apoio do PT para assumir o governo em 26 e tentar a reeleição.


A escolha do vereador do PV muito mais do que agregar qualquer pauta ecológica, busca abrir o caminho na Câmara Municipal para que o PT consiga sua terceira vaga no legislativo municipal, provavelmente destinada a Samanda Alves, que conta com a simpatia do grupo da governadora Fátima Bezerra dentro do partido.


Já o candidato Carlos Eduardo não conseguiu agregar nenhum partido no seu projeto de reeleição, embora tenha liderado todas as pesquisas divulgadas até hoje. E com folga. Acabou optando por uma chapa puro sangue do PSD com o ex-deputado Jacó Jácome como candidato a vice.


Ele e o pai, Antonio Jácome, são da igreja Assembleia de Deus e podem abrir as portas do candidato para tentar obter parte do voto evangélico, já que o segmento é muito grande e dificilmente um candidato consiga sozinho uma grande maioria entre os eleitores desse segmento.
Carlos tem fama de quem não cumpre compromissos daí a dificuldade de conseguir apoios, embora em suas passagens anteriores pela prefeitura tenha nomeado vários secretários por indicação política como o foi o caso de Fred Queiroz (indicação de Henrique Alves), Carlson Gomes (indicação de José Agripino), José Vanildo (indicação de Paulinho Freire então presidente da Câmara), Christiane Alecrim (indicação de Garibaldi Alves), Marcelo Toscano (indicação de Robinson Faria), Ferenando Bezerril (indicação do então senador Fernando Bezerra), só para ficar em alguns exemplos.


Agora, sem tempo de TV, estrutura partidária, apoio de vereadores, Carlos vai testar se o povo de Natal vai lhe dar a quinta vitória consecutiva na cidade, ele que venceu em Natal nas eleições de 2012, 2016, 2018 e 2022.

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