Styvenson perde o discurso ou Ezequiel o comando do PSDB?

A filiação do senador Styvenson Valentim ao PSDB levanta um questionamento inevitável: quem sai perdendo com esse movimento? Styvenson, que construiu sua trajetória política com um discurso independente e crítico ao governo Fátima Bezerra, agora está em um partido que dá sustentação à governadora na Assembleia Legislativa. Ou Ezequiel Ferreira, presidente da legenda no estado, que vê entrar nos quadros do PSDB um político com mandato no Congresso que, até então, estava na oposição?

De um lado, Styvenson perde coerência ao ingressar em um partido governista, o que enfraquece sua retórica de oposição. Como sustentar suas críticas a Fátima enquanto está na mesma legenda de deputados que votam alinhados com o governo? A filiação coloca o senador em uma posição desconfortável e pode confundir seu eleitorado, que sempre o viu como alguém avesso a alianças partidárias tradicionais.

Por outro lado, Ezequiel Ferreira pode ter que administrar um partido mais fragmentado. Até então, o PSDB se consolidou como peça-chave no tabuleiro político estadual, garantindo influência dentro do governo. Com Styvenson no partido, surge o risco de uma divisão interna ou até mesmo da perda do controle sobre a legenda, já que o senador tem um perfil independente e costuma agir sem amarras políticas.

A entrada de Styvenson no PSDB cria, portanto, uma zona de tensão dentro do partido. Resta saber se o senador se adaptará ao novo cenário ou se sua presença acabará forçando mudanças no comando e no posicionamento da legenda no Rio Grande do Norte .

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