O voto de Júlia Arruda e o desfecho do caso Brisa Bracchi merece atenção


A possível cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) abriu uma série de movimentos políticos na Câmara Municipal de Natal. Um deles, discreto à primeira vista, merece ser analisado. É o papel da suplente Júlia Arruda (PCdoB), que poderá ser convocada para votar no processo em plenário. Uma exigência do regimento da Casa.

Júlia é mais do que a primeira suplente. Ela é, hoje, secretária de Estado no governo Fátima Bezerra (PT), ocupando um cargo estratégico e de confiança direta da governadora. E, ao mesmo tempo, é justamente ela quem assumirá a cadeira de Brisa até o fim do mandato caso a cassação seja confirmada.

Esse duplo papel coloca Júlia no centro de um ponto  do processo e torna seu voto politicamente relevante.A análise mais natural é que ela vá acompanhar a orientação política do bloco da oposição que vai sair em defesa da manutenção do mandato de Brisa.

Mas a situação é mais delicada do que uma simples votação de bancada. Como futura ocupante da vaga, ela também passa a ser a mais beneficiada.
Ou seja: qualquer voto que não seja pela absolvição pode ser lido como incoerente ou contraditório com seu papel no governo do PT e com o campo político que representa.

Por outro lado, um voto pela cassação, baseado em evidências que convençam a suplente, pode ser visto até como natural, mas não deixará de desagradar o grupo da qual ela faz parte. Mesmo que sejam feitos acertos futuros.

A convocação da suplente/ secretária vai se encontrar numa só cadeira na Câmara Municipal.





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