Ato da Assembleia marca o 8 de março
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizou sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
“8 de março é uma data que representa a defesa da igualdade de direitos, dignidade e respeito a todas as mulheres que contribuem diretamente com desenvolvimento da sociedade em todo o mundo. Mesmo exercendo diversos papeis e tendo diferentes objetivos de vida, há um ponto em comum entre nós: a luta pelo respeito, dignidade e igualdade de direitos. Por isso estamos reunidas, mais uma vez, em torno da celebração do 8 de março, uma data que simboliza resistência”, disse a presidente da Frente Parlamentar da Mulher, deputada Cristiane Dantas (Solidariedade).
Cristiane Dantas solicitou o apoio da deputada federal Natália Bonavides (PT), no sentido de destinar emendas federais para políticas públicas voltadas à proteção das mulheres, em conjunto com os projetos que serão anunciados pelo Governo Federal. “As mulheres potiguares precisam urgentemente da Casa Abrigo para proteger as vítimas que querem denunciar seus agressores, mas não têm para onde ir”, explicou. Além disso, a deputada reivindicou, junto à Assembleia Legislativa do RN, a implantação da Procuradoria da Mulher, aprovada por meio de projeto de resolução no ano passado.
Discursando em nome das homenageadas, a Procuradora da República Cibele Benevides trouxe dados estatísticos sobre a representatividade das mulheres nos órgãos públicos e nas empresas privadas.
“No Brasil, somos 51,7% do eleitorado nacional, mas ocupamos apenas 10% dos lugares no Poder Legislativo. É a menor representação das Américas. Dos 81 senadores eleitos em 2008, somente 12 são mulheres. Na Câmara, dos 513 deputados federais, apenas 77 são mulheres”, informou.
Em relação ao Poder Executivo, de acordo com a Procuradora, a situação é ainda pior. “No ranking da representatividade feminina, ocupamos a posição número 149, de um total de 188 países. E no atual Governo Federal, de um total de 22 ministérios, temos apenas duas mulheres ministras (9%), enquanto a média global é de mais de 20%”, disse.
“Quanto às empresas privadas, apesar de sermos metade da população brasileira, ocupamos apenas 13% dos cargos de CEO nas companhias. No Judiciário, a mesma situação: dos 18 mil magistrados, só 37,3% são mulheres. E à medida que se sobe de instância, a participação das juízas começa a decair. Nas cortes superiores, ocupamos apenas 13% das cadeiras”, esclareceu.
A Procuradora falou também que as empresas, a Política e os órgãos públicos, no Brasil, são dirigidos por homens, e que isso se deve ao papel que as mulheres ainda possuem dentro das suas casas. “Com essa função de cuidadoras do lar e da família que temos, é óbvio que os homens ficam mais livres para se dedicar mais profundamente ao trabalho. E isso é algo que precisa mudar a partir de cada membro da sociedade, seja homem ou mulher”.
Por fim, Cibele Benevides lembrou que ensinar às meninas não muda apenas as perspectivas delas; muda a família, a comunidade, a nação. E ela falou também da competição que sempre foi estimulada a existir no universo feminino. “É importante que paremos de competir entre nós, como fomos ensinadas desde pequenas, e passemos a ter sororidade e empatia pelas outras mulheres, pois assim conquistaremos cada vez mais nossos espaços dentro da sociedade”, concluiu.